domingo, 30 de maio de 2010

Toda visão de mundo é legítima
Esta semana tivemos o Dia do Desafio, quando nossa escola procurou oferecer atividades que incentivassem o movimento, dentro do que as crianças gostam. Fizemos alongamento no pátio, demos uma volta em torno do condomínio que fica na frente da escola. Na volta os alunos participaram de um recreio especial, com oficinas de chute a gol, túnel, tatame para virar cambotas, bola ao cesto, jogo das argolas, jogo de memória, tabline com desenhos de borrachinhas e brincadeira com lego gigante.
Meus alunos, por serem os maiores da escola, foram escolhidos para organizar e dirigir as brincadeiras e depois para arrumar tudo no lugar. Foram muito elogiados pela direção da escola por sua autonomia, destreza e disciplina, o que me deixou muito feliz por saber que meu trabalho em querer fazê-los seres pensantes, reflexivos e autônomos está começando a dar frutos numa turma muito difícil, apesar de ouvir de colegas que não adianta insistir com eles, que não dá em nada.
Estes fatos me levaram a refletir sobre as palavras de Comênio que diz que a educação deve ser igual para todos, levando em consideração o aluno e suas necessidades, respeitando suas capacidades e necessidades. À luz destas palavras e de outras igualmente importantes é que procuro não desistir de acreditar nos meus alunos e no meu trabalho, procurando sempre diversificar e aprimorar as atividades propostas. Desistir de alguém não pode fazer parte do trabalho de um verdadeiro educador.
Assim também reflito sobre o que disse Marta Khol de Oliveira “...todo conhecimento é igualmente valioso, toda visão de mundo é legítima, todo conteúdo é importante.” Nesta perspectiva, educar é respeitar a bagagem cultural, a leitura da realidade que as crianças já trazem sem descuidar dos conhecimentos que a escola se propõe a transmitir, ajudando o aluno a construir uma nova visão de mundo.
A seguir colocarei fotos dos meus alunos no dia do desafio:






domingo, 23 de maio de 2010

GRUPOS SOCIAIS

Segundo o que estudamos na disciplina de Estudos Sociais, os seres humanos carregam consigo a herança cultural do seu grupo de origem desde os primórdios da nossa civilização. Assim também, a consciência de pertencer a um grupo e de individualizar-se através do grupo é uma característica essencialmente humana. Um grupo social se forma quando há interesses e objetivos comuns entre seus membros, ou então quando estes membros exercem a mesma atividade. O primeiro grupo social a que todos pertencemos é a família.
Com o objetivo de valorizar e resgatar o reconhecimento da origem de cada aluno e aproveitando que estamos estudando a formação do povo do RS, fizemos atividades de reconhecimento de nossas origens. Semana passada, na sexta-feira, dei a seguinte tarefa para meus alunos:
a) pesquisar sua origem materna e paterna;
b) coletar figuras de acordo com sua origem;
c) arrecadar pertences familiares com valor afetivo ou histórico para terça-feira;
Na segunda-feira escrevemos no quadro todas as etnias das quais os alunos se originam, distribuindo os alunos em cada grupo, de acordo com sua origem. Em papel pardo fizemos o contorno do colega Willian e propus que fizessem um mosaico dentro da figura humana com as figuras coletadas. Fizemos “ilhas” ao redor da figura com os nomes de todas as etnias presentes na turma. Cada aluno escreveu seu nome em todos os grupos étnicos do qual fazem parte. Expusemos o mosaico no mural com o título “FAZEMOS PARTE DE UMA HISTÓRIA.”, já preparando a exposição de terça-feira. Na terça-feira cada aluno apresentou seus pertences familiares tentando contar alguma coisa sobre eles. Eu também apresentei pertences familiares. Retomamos a divisão dos grupos de ontem de acordo com a origem étnica de cada um, sendo que cada aluno só poderia pertencer a um grupo, mesmo que tenha várias origens. Cada grupo recebeu livros já descartados pela escola para pesquisar e cortar figuras. Deveriam elaborar um cartaz com o nome da etnia, características, de onde vieram, contribuições para nossa cultura. Depois colocaram a seguinte legenda: São de origem............................... os alunos................................. Cada componente do grupo colocou seu nome. Quando todos os cartazes estavam prontos fizemos um rodízio na sala para que cada aluno colocasse seu nome nas outras etnias as quais pertence. A seguir cada grupo apresentou seu cartaz para a turma. Fizemos uma exposição no pátio com os cartazes, o mosaico e os pertences familiares durante o recreio com o título “TURMA 41 ESTUDA SUA ORIGEM ÉTNICA E HISTÓRICA” . Na hora da merenda alguns alunos passaram nas turmas convidando os outros alunos para verem a exposição, que foi um sucesso, acredito que principalmente por desenvolver um assunto que interessa e diz respeito a todos, que é suas origens, seu pertencimento histórico.
Na nossa escola temos pensado muito na proposta de educação com ênfase em competências e habilidades como forma de enriquecer nossa prática pedagógica. É uma educação dinâmica, capaz de transformar a sala de aula em espaço privilegiado de aprendizagens enriquecedoras, permitindo que o aluno participe ativamente da construção de seu conhecimento. (MEIREU, 1996). Acredito que esta atividade é um exemplo desta dinâmica. Abaixo coloquei fotos deste trabalho que levou dois dias, mas que valeu apena pelo resgate histórico e construção da auto-estima de cada um:









domingo, 16 de maio de 2010

A necessidade de reflexão da realidade

Esta semana aproveitamos o dia da abolição da escravatura para refletir sobre a formação do povo brasileiro, principalmente o riograndense que é nosso foco de estudo. Debatemos a forma como os diversos povos vieram para cá, a diferença entre vir por escolha própria e vir à força, a maneira como os povos foram aqui tratados. Conversamos muito sobre a atual situação do nosso povo, o preconceito em todas as suas formas, principalmente o racial, assim como trabalhamos sobre bullying e sobre as formas de construirmos um mundo com mais paz e solidariedade.
Analisando estes fatos segundo minhas aprendizagens na disciplina de Psicologia percebo que alguns de meus alunos ainda estão construindo as noções de justiça, solidariedade e responsabilidade, tendo certa dificuldade de se relacionar de acordo com o ponto de vista do outro, colocando-se sempre como sujeito principal. Alguns necessitam ainda da heteronomia, isto é, do sentimento imposto pela autoridade, pela obediência, e só refletem sobre seus atos quando questionados pela professora.
No entanto, muitos alunos da minha turma de 4ª série já atingiram uma certa autonomia, conseguindo agir através de normas, mas com consciência para avaliar o contexto que se encontra, participando cooperativamente das atividades, falando nas assembléias de alunos, respeitando as regras e sendo solidários, na medida do possível. Por isto ouso dizer que, segundo Piaget, eles estão aos poucos atingindo o interacionismo, através da experimentação ativa, que penetra no interior das coisas, descobrindo seu significado e estabelecendo relações de respeito, cooperação e afetividade.
Dentro destas atividades desenvolvidas fizemos um painel com o título “A PAZ TEM TODAS AS CORES DO MUNDO” com as mãos deles desenhadas e pintadas, depois criaram uma frase sobre igualdade:

domingo, 9 de maio de 2010

A PRODUÇÃO TEXTUAL E A COERÊNCIA DE IDÉIAS

A leitura de textos diversos proporciona ao aluno conhecer formas diferentes de escrita, aprimorando sua capacidade de comunicação e aumentando seus conhecimentos sobre nossa língua. É pensando nisto que sempre procuro diversificar os textos trabalhados, oferecendo a leitura de lendas, fábulas, notícias de jornal, narrações, diálogos, poesias e até anúncios de lojas. Acredito que aprimorar os conhecimentos sobre literatura ajuda os alunos a aumentar seu poder de comunicação, sua capacidade de argumentar e sua cultura.
Revisando os conhecimentos adquiridos na interdisciplina de Linguagem e Educação pude constatar a importância do conhecimento de diferentes formas de escrita para que a criança aprenda a construir textos com coerência ou até reescrever textos oferecidos, como vimos no texto COESÃO E COERÊNCIA EM TEXTOS ESCRITOS INICIAIS: ALGUMAS REFLEXÕES: “O conhecimento progressivo de textos escritos que utilizam vários tipos de mecanismos de coesão, além da reescrita e da exploração de suas potencialidades, é que possibilitará ao aluno seu aperfeiçoamento neste sentido.” (VIDAL; SILVEIRA, 2005).
Dentro deste contexto trabalhamos esta semana o livro “Se as coisas fossem mães”, de Sylvia Orthof, que eles já conheciam. Contei a história, depois eles contaram com suas palavras e fizemos um pequeno debate sobre o assunto, sobre os diferentes tipos de mães e os pais que fazem este papel. Depois pedi a eles que fizessem uma história em quadrinhos sobre a história e acrescentassem um quadrinho falando de sua mãe ou escrevendo uma mensagem para ela. Colocamos os trabalhos no mural da escola:







sábado, 1 de maio de 2010

CIDADANIA CONSCIENTE

Esta semana trabalhamos muito sobre o Dia do trabalho, a função do trabalho na nossa vida e como recurso para construirmos um mundo mais justo. Refletimos sobre o valor do salário mínimo, calculamos os gastos aproximados de uma família de quatro pessoas e constatamos que falta muito para que os trabalhadores recebam o que é justo. Fizemos leituras sobre a organização sindical e a função dos sindicatos. Falamos também da realização pessoal, das diversas vocações que tornam o mundo do trabalho tão diversificado. Numa área da cidade onde o tráfico de crack é tão intenso julgo importantíssimo debatermos o trabalho honesto.
Dentro destes estudos pude retomar minhas aprendizagens com o texto de Theodor Adorno "EDUCAÇÃO APÓS AUSCHIWITZ", que diz que devemos educar desde a primeira infância, tornando nossas crianças pessoas mais autônomas, capazes de adotarem uma postura mais crítica e questionarem o motivo das coisas, a aprenderem a usar uma liberdade responsável para evitarmos a volta da barbárie.
Nós, como educadores, temos a importante tarefa de socializar nossas crianças, tornando-as seres participativos e colaborativos, capazes de terem respeito pelas diferenças individuais, sociais e culturais. Sempre considerei esta nossa maior missão e o texto de Adorno me ajudou muito a embasar teoricamente esta minha certeza.
Abaixo coloco a foto do painel que fizemos para o mural da escola sobre o trabalho. A partir de uma figura de um trabalhador partida no meio os alunos deveriam reproduzir a parte cortada com seu desenho. Depois formaram frases sobre a importância do trabalho.