domingo, 21 de junho de 2009



Aplicação do Planejamento da Proposta Prática
PEAD/UFRGS – Pólo de São Leopoldo
Disciplina de Questões Étnico – Raciais na Educação
Leila Maria Linck Wasum


1) Como tarefa inicial dei uma semana antes a incumbência de retomarem a pesquisa sobre sua origem, visto que depois de feito o mosaico muitos pais mandaram dizer que tinham lembrado que também tinham outra origem. Dei no mesmo dia a tarefa de irem coletando pertences familiares para fazermos uma exposição.

2) No primeiro dia de trabalho fizemos um levantamento sobre a pesquisa das origens, escrevendo no quadro todos os grupos étnicos existentes na sala de aula e colocando o nome de cada aluno, de acordo com a pesquisa feita, mesmo que aparecesse em vários grupos. Em seguida repartimos a turma em grupos, de acordo com as etnias que apareceram. Nesta fase cada criança só poderia participar de um grupo. Apareceram os seguintes grupos étnicos na turma 41, de acordo com a origem dos alunos:
* indígenas * italianos
* portugueses * espanhóis
* africanos * poloneses
*alemães * húngaros (dois alunos)
Os alunos ficaram admirados com a quantidade de descendentes alemães existentes na turma, mesmo que misturados a outra etnia. Expliquei que como estudaram na 3ª série estamos numa zona de colonização alemã e por isto esta origem é tão forte.
Como segundo momento reuniram-se nos grupos já divididos e foram pesquisar nos livros e materiais coletados, discutindo possibilidades e iniciando o trabalho de confecção de cartazes para cada grupo.













3) No segundo dia de trabalho os alunos deram continuidade a confecção do material áudio-visual. Nos cartazes deveria constar nome da etnia, de onde e quando vieram, onde se localizaram e quais as influências deste grupo para a cultura do Rio Grande do Sul. Eles deveriam colar figuras coletadas em casa e na escola. Por fim deveria constar quais alunos da turma tinham suas origens nesta etnia, deixando espaço para os colegas que estavam em outros grupos mas também tinham esta origem,. Por final fizemos um rodízio na sala ond
e cada aluno pode ir aos grupos étnicos de suas origens e colocar seu nome. Eu também coloquei meu nome no grupo dos alemães. Depois cada grupo apresentou seu trabalho para a turma.

Depois dos materiais preparados, cada aluno apresentou seus pertences familiares para os colegas, contando a história dos mesmos e de sua família.
Para finalizar o trabalho fizemos uma exposição no pátio da escola com o mosaico, os cartazes e os pertences familiares, onde os alunos explicavam para as outras turmas o objetivo do trabalho, os povos que formaram o RS e a história dos objetos.













Avaliação da Atividade feita pelos Alunos:

Os alunos consideraram que:
Achamos legal a atividade porque tinha coisas da nossa família que não sabíamos e aprendemos.
Descobrimos nossa verdadeira origem e envolvemos os pais e avós na pesquisa.
Muito interessante porque conhecemos um pouco mais dos nossos colegas.
Coletando os pertences familiares descobrimos que eles são importantes para nossa família.
Os pais tiveram que buscar coisas da memória das famílias, alguns que os filhos nem conheciam.
Achamos interessante expor para as turmas menores porque eles puderam conhecer os povos que formaram o RS e puderam conhecer mais sobre nossa vida.
A parte negativa foi que os menores queriam mexer na exposição e nós nos estressamos para chamar a atenção.


Minhas Reflexões:

No meu ponto de vista esta atividade foi extremamente positiva e gratificante, em primeiro lugar porque envolveu as famílias e fizemos um verdadeiro resgate das origens das crianças, visto que algumas nem sabiam de que povos descendiam. Em segundo lugar os alunos perceberam que todos os povos são importantes, que todos deram e dão sua contribuição para nossa cultura e desenvolvimento, valorizando todas as etnias e a história destes povos.
Também foi muito gratificante a parte dos pertences familiares, onde cada aluno apresentou um pouco da sua história particular, mostrando orgulho e satisfação em partilhar com os colegas de coisas tão importantes da sua história.
Penso que foram momentos de verdadeiro resgate da história pessoal de cada um, do sentimento de pertencimento familiar e étnico, de valorização pessoal e social. A exposição também foi um momento de muito orgulho, por poderem mostrar sua história dentro do contexto histórico que estamos estudando. Foram momentos de grande aprendizagem da história e da cultura, mas principalmente de valorização da sua própria história.
Relacionando este trabalho com o texto “Os Índios no Brasil, quem são e quantos são” (LUCIANO – BANIWA, dos Santos) considero importante ressaltar que a interculturalidade deve ser vivida na escola, possibilitando a convivência e a troca de experiências entre culturas diferentes, incentivando o diálogo e o respeito às diferenças, tanto étnicas como sociais e culturais. Isto é importante para superar uma cultura de preconceitos e pré-conceitos que criam uma rede de violência e intolerância na sociedade. Se a diversidade cultural é um patrimônio da humanidade, cabe à escola trabalhá-la em toda a sua dimensão para que nossas crianças aprendam que nenhum povo é superior ou inferior a outro e que o convívio pacífico e o respeito às diferenças deve ser uma prática constante para a construção de um mundo mais pacífico e justo.


REFERÊNCIAS:

LUCIANO-BANIWA, Gersen dos Santos. Os Índios no Brasil, Quem São e Quantos São, O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje – Brasília, 2006.

KOTECK, Luis Morais. Conhecendo o Rio Grande do Sul, Editora Ática

KRÄMER, Elva Verlang. Rio Grande do Sul – Estudos Sociais, FTD


PLETTI, Felipe. História do Rio Grande do Sul, Editora Ática

SCHNEIDER, Regina Portella. Geografia do RS, FTD

RIOCELL, Rio Grande do Sul – Continente Múltiplo (produção da empresa)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Reflexões sobre o texto "sobre a pedagogia" de Immanuel Kant
Considerei o texto de Kant muito rico porque fala de um assunto muito discutido nas escolas: a necessidade de disciplina, limites e educação, reforçando o que tanto "martelamos" nas escolas: a educação começa em casa, pelo exemplo dos pais, pelas orientações e limites que dão aos seus filhos. A disciplina, que muitos acham ser uma coisa de antigamente, é que vai tornar o ser humano menos animal, aprendendo a seguir regras e a sentir a força da lei. Não que devemos tornar a família e a escola um campo de concentração, onde as crianças sejam bonequinhos manipuláveis, sem senso crítico ou voz ativa, mas educá-las para respeitar regras, o direito do outro e o bem comum.
Relatei numa reunião de professores o que Kant diz que o ser humano é a única criatura que precisa ser educada, entendendo-se por isto o cuidado de sua infãncia, a disciplina e a instrução. Foi tão proveitoso o debate sobre o que li que vamos usar o texto na reunião de pais, que cada vez mais fogem de suas responsabilidades e depositam a educação de seus filhos totalmente na escola. A carga fica muito pesada para as professoras que tem que dar conta de ensinar regras básicas de conduta e convivência para as crianças que vem totalmente sem limites. Os pais, assim como as professoras, não devem ter medo de usar sua autoridade para tornarem nossas crianças seres sociáveis, capazes de conviverem pacificamente com seus semelhantes, respeitando as diferenças e os direitos dos demais.