terça-feira, 2 de novembro de 2010



Reflexão do Eixo VII
7º Semestre - PEAD/UFRGS

Segundo estudos realizados neste semestre constatei que a EJA tem a importante função social de resgatar a oportunidade de estudar e participar do mundo letrado dos cidadãos que tiveram que abandonar a escola por diversas razões e dela foram excluídos, garantindo o direito a uma educação de qualidade. Este também é um desafio de ordem política, visto que almeja ampliar os ganhos de consciência dos grupos populares ao refletir sobre sua realidade e seu mundo. Como disse Freire (1983, pg42) o pedagógico é indissociável do político, visto que o ser humano é sujeito de suas ações e não simples objeto ou depósito de informações. Sendo assim o processo de aprendizagem deve ser dinâmico e ativo motivando esses educandos a apropriarem-se da leitura e escrita, fazendo uso social do mundo letrado para terem melhor qualidade de vida.
Para que estes alunos apropriem-se verdadeiramente do saber transmitido e construído na escola é preciso que a mesma considere o saber intelectual dos adultos não escolarizados, sua maneira de ler o mundo, pois operam cognitivamente e têm seu grau de letramento, possuindo etapas de desenvolvimento intelectual como as crianças. Como disse Oliveira “...todo conhecimento e igualmente valioso, toda visão de mundo é legítima, todo conteúdo é importante.” ( pg. 64). Sendo assim, para que esses alunos encontrem motivação e sentido em frequentar a EJA é necessário uma metodologia que contemple os saberes já instalados, que explore o grau de letramento que eles já possuem. Através deste processo estarão percebendo e apropriando-se da construção social do código escrito, reconhecendo as propriedades do mundo letrado e percebendo as relações sociais do mesmo.
Nesse contexto é importante mencionar que a escola é um local de confronto de culturas, onde cada educando leva sua experiência pessoal, sua maneira de ver o mundo e com ele interagir, apresentando maneiras diferentes de construir seu conhecimento e suas relações com a comunidade, visto que pertencem a diferentes grupos sociais. Conforme Oliveira (1999), é também um encontro de singularidades, visto que é um lugar onde as pessoas interagem, trocam experiências, aprendem a conviver com o diferente, construindo relações que propiciam a leitura do mundo, aproximando-os criticamente da realidade. Neste sentido a EJA precisa de uma pedagogia diferenciada, que contemple todas estas peculiaridades e que procure dar oportunidades iguais a todos os educandos.
Vimos na disciplina de Linguagem e Educação que atualmente convivemos com o mundo da escrita constantemente, em todos os lugares, pois vivemos numa sociedade que pratica a leitura, a escrita e a oralidade em todos os momentos de convivência social, como forma de comunicação e informação. Sendo assim, o processo de aquisição da leitura e da escrita deve contemplar e promover a interação com a contextualização do mesmo objetivando a capacidade de interpretar e interagir as diversas formas de escrita e leitura que encontramos no cotidiano.
Dentro desse contexto percebemos que “A análise de artefatos e práticas que compõe o nosso mundo letrado exige que examinemos os diversos discursos que os constituem, discutindo os efeitos desses discursos e suas representações.” (TRINDADE, 2005, pg. 6). Logo, é necessário que a escola se aproprie das diversas formas de leitura e escrita existentes na sociedade, para que consiga imprimir maior significado real ao processo de alfabetização e letramento. Oportunizamos ao educando fazer uma leitura da realidade, para que ocorra maior associação entre o processo de pensar e de atuar, ou seja, unir a teoria e a prática diária na construção do conhecimento e apropriação da leitura e escrita.
Citando Paulo Freire (vídeo “A construção da leitura e da escrita do adulto na perspectiva freireana) “Ninguém começa lendo a palavra começa lendo o mundo.”, Assim, é necessário que o educando encontre significado na sua prática de construção do conhecimento, associando seu aprendizado na escola com elementos da sua vivência cotidiana. Dessa maneira, utilizar as diversas formas de escrita encontradas no mundo social auxilia o educando a resignificar a prática pedagógica de apropriação da leitura e escrita, aproximando-o criticamente da realidade, visto que a escola também faz parte desta mesma sociedade e não está a parte dela.
Refletindo sobre as leituras feitas na disciplina de Didática e Planejamento e pensando nos nossos planejamentos diários é cada vez mais certo afirmar que o planejamento é fundamental para que nossa prática pedagógica seja coerente e repleta de significado, observando passos fundamentais para que o trabalho seja frutífero, com troca de experiências e conhecimento, proporcionando um crescimento tanto para o professor como para os alunos. Nesse contexto, afirmo com certeza que o professor que não planeja suas aulas perde em qualidade, em construção de saberes e em responsabilidade, principalmente trabalhando com alunos maiores, pré-adolescentes, que percebem quando o professor está perdido, ganhando tempo ou “enrolando”.
Trabalhando na rede estadual, como é o meu caso, não temos nenhum momento dentro do horário de trabalho específico para planejamento ou correção. Todo esse trabalho fazemos em casa ou durante a aula, enquanto os alunos trabalham. Isto compromete um pouco o trabalho, sendo motivo para muitos colegas menos comprometidos não apresentarem planejamento e comprometerem a seriedade do seu trabalho. Qualificamos a educação simplesmente por sabermos o valor de nosso trabalho e o compromisso social de construirmos uma educação de qualidade, que possibilite uma formação integral ao educando, permitindo-lhe uma participação consciente e crítica na sua comunidade.
Através dos textos lidos na disciplina de Libras, verifiquei que a luta da comunidade surda por reconhecimento e igualdade de oportunidades é muito mais antiga e legítima que poderia imaginar. As pessoas surdas sempre lutaram por seus direitos, principalmente por uma educação que contemplasse uma forma diferenciada de comunicação. Nesse contexto sempre lutaram por legitimar a língua de sinais como uma forma própria e capaz de linguagem, com características próprias, diferenciada da forma de comunicação dos ouvintes, mas tão importante quanto.
Li em RAMOS (Rio de Janeiro, s.d.) que no Brasil a língua de sinais só foi incentivada por que Dom Pedro II tinha um neto surdo e por isto incentivou a educação de crianças surdas. Seja como for, esta parcela significativa da população tem o direito de ter uma educação diferenciada que contemple todas as especificidades de sua realidade e proporcione um crescimento pessoal e social legítimos, capazes de torná-los cidadãos participativos, críticos e atuantes.
O que considero mais significativo na cultura surda é a vontade de se comunicar, fazer-se entendido e reconhecido como um indivíduo capaz e autônomo, mas com suas peculiaridades. Considero também imensamente significativa toda organização das comunidades surdas, com suas entidades e escolas, assim como sua afirmação que devem estudar em escolas para surdos. Neste aspecto, considero muito realista e positiva sua posição, pois sabemos por experiência de muitos anos que a inclusão de pessoas com alguma necessidade especial ou formação especial do professor não acontece de maneira tão íntegra e maravilhosa como as leis designam, principalmente na escola pública.
No Seminário Integrador tivemos a oportunidade de fazer uma análise mais crítica do Portfólio de Aprendizagens de uma colega de outro pólo, assim como nosso próprio portfólio, analisamos a pontualidade das postagens, sua qualidade e a relação da teoria com a prática. Considero muito difícil analisar outras colegas, mas foi possível fazer uma reflexão do trabalho de outra colega e do meu próprio trabalho.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


REFEXÃO DO EIXO 6 – 6º SEMESTRE DO PEAD

Este semestre estudamos as fases do desenvolvimento cognitivo e moral das crianças, que cada etapa deste desenvolvimento integra as precedentes e atribui uma parte cada vez maior deste desenvolvimento à influência do meio.
Aprendemos a investigar e analisar em nossas escolas alunos com necessidades especiais, a necessidade de individualização do ensino, com o ajustamento de programas, procedimentos e critérios de avaliação às peculiaridades de cada aluno.
Analisamos a diversidade étnico cultural do nosso país, identificando a diversidade da nossa turma e como alunos afro-descendentes se enxergam, assim como a história e desvalorização dos povos indígenas..
Refletimos sobre a ética e princípios morais, a necessidade de agirmos de acordo com os princípios que nos norteiam sem, no entanto, enganar ou prejudicar as outras pessoas..
Chegamos à conclusão que os professores não estão preparados para administrar conflitos, para tratar a diversidade cultural e étnica de maneira mais aberta e clara. Ainda temos o preconceito de julgar a inteligência dos alunos de acordo com seu grupo social ou condições sócio-econômicas.
O texto de Theodor Adorno “Educação após Auschwitz” me fez refletir sobre minha postura como mãe, avó e professora, no sentido de tornarmos nossos filhos e alunos pessoas mais autônomas. Se ensinarmos nossas crianças a não aceitarem tudo que se apresenta passivamente, a questionarem a realidade, a exigirem seus direitos e cumprirem seus deveres, estaremos contribuindo na formação de cidadão capazes de distinguir o certo do errado e não permitirem a manipulação e o autoritarismo.
Temos a importante tarefa de socializar nossas crianças, torná-las seres participativos e colaborativos, capazes de terem respeito pelas diferenças individuais, sociais e culturais como forma de evitarmos a repetição da barbárie.

domingo, 24 de outubro de 2010



REFLEXÃO DO EIXO 5 – 5º Semestre do PEAD

Aprendemos neste semestre que todo o sistema educacional tem uma organização definida, com leis próprias e atribuições claras. Que a partir da Constituição de 1988 os municípios passam a ter a mesma importância que os Estados e a União na gestão da educação, cabendo a cada um atribuições próprias. Assim também, podemos conhecer a existência do FUNDEB e sua natureza contábil que se destina à manutenção e desenvolvimento da educação básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, promovendo a distribuição de recursos com base no número de alunos da educação básica informado no senso escolar do ano anterior. Estudamos o controle destes recursos a nível municipal, através do Conselho Municipal do FUNDEB, que é formado por representantes do poder executivo, dos professores e servidores técnico-administrativos das escolas municipais, assim como representantes de pais e alunos destas escolas. Este conselho analisa documentos e avalia o uso das verbas públicas, conferindo toda documentação e a necessidade dos gastos efetuados.
Dentro deste contexto passamos a analisar nossa escola como instituição pública que deve respeitar a Legislação vigente, mas que tem autonomia para planejar suas ações e fazer as regras necessárias para que estas ações aconteçam, através da gestão democrática. Aprendemos a importância do PPP como um compromisso em forma de planejamento de ações, onde escola e comunidade refletem sobre seu papel e as ações a serem desencadeadas por todos os envolvidos no processo educativo para alcançarmos uma educação de qualidade. Vimos também que o Regimento Escolar é um documento normativo que tem por finalidade tornar o PPP operacional, ou seja, descrever as regras de funcionamento desta instituição. É um instrumento legal que formaliza e reconhece as relações dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Aprendendo tudo isto também vimos a importância real da participação da comunidade neste processo através da gestão democrática, que legitima o fazer pedagógico, criando uma rede de compromissos onde todos, escola e comunidade, sentem-se responsáveis pela implementação deste projeto, visando a construção de uma escola democrática e o bem-estar do aluno. “A escola deve ser transparente no que diz respeito a toda sua funcionalidade, princípios e concepções e o Regimento Escolar cumpre este papel, na medida em que torna explícitas as decisões institucionais.” (GOMES, Maria Beatriz, BAIRROS, Mariângela)
A escola não é um local de trabalho frio ou simplesmente metódico. Por envolver pessoas, troca de energia e de saberes, torna-se um lugar muito vivo, muito dinâmico, praticamente impossível não haver troca de experiências e sentimentos, cumplicidade e participação. Toda esta vivência vem carregada de responsabilidade profissional, necessidade de constante auto-avaliação e reciclagem como forma de aprimoramento pessoal e profissional. Com este novo contexto das escolas públicas, os profissionais em educação são constantemente desafiados a melhorarem suas práticas pedagógicas, buscar formação continuada constante e acostumar-se com a participação da comunidade escolar como co-participante do processo educativo. Tudo isto exige uma postura mais qualificada do professor, maior busca por conhecimento e participação em todos os processos da vida escolar.
Também aprimoramos nossos conhecimentos sobre projetos de Aprendizagem e realizamos um no Seminário Integrador sobre Idiomas, pesquisando diversas peculiaridades sobre as línguas dos mais diversos lugares e um projeto na disciplina de Psicologia da Vida Adulta, pesquisando sobre os distúrbios mentais como Depressão, Bipolaridade e Síndrome do Pânico. As pesquisas feitas neste projeto me ajudaram muito quando, neste semestre, tive que fazer uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino e iniciar a quimioterapia. Estudar que mente, corpo e psique formam uma unidade integrada e o equilíbrio destas três áreas nos torna saudáveis foi importante para minha recuperação.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010



REFLEXÃO SOBRE O 4º SEMESTRE do PEAD

Nesse semestre aprendi que o tempo e o espaço são conceitos que devem ser estudados e definidos. Precisamos ter a consciência que estes conceitos se desenvolvem na criança por etapas que vão evoluindo de acordo com seu amadurecimento. Nosso papel é ajudá-la a superar estas etapas para que possa “ler” o mundo que a cerca.
Na interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática vimos que o tempo é uma grandeza e pode ser medido. O espaço se apresenta para a criança de forma prática, através dos sentidos e dos movimentos. Sendo assim, a Geometria parte do mundo sensível, das percepções.
Descobrir que os alunos percebem as formas dentro do próprio espaço que ocupam é descomplicar a Geometria.
Na interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudos Sociais vimos que é importante os alunos agirem sobre o espaço que ocupam para reconhecê-lo e assim “ler” a realidade a sua volta. Assim também, o tempo é medido pela sucessão dos anos e a História é contada a partir da ação humana ao longo destes anos.
Todo ser humano carrega consigo a herança cultural do seu grupo de origem.
Na interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais aprendemos que o estudo de Ciências depende do espírito investigativo, da experimentação e da coragem de testar hipóteses.
É necessário que como educadores façamos ações concretas de conscientização ambiental para começar pela educação a reversão deste quadro doloroso de destruição da natureza.
Já no Seminário Integrador traçar um Plano Individual de Estudos foi muito importante porque me fez ter disciplina para buscar as metas traçadas e aprofundar meus conhecimentos.
Também refleti sobre a importância das perguntas como objeto investigativo e motivador do nosso trabalho

domingo, 26 de setembro de 2010


REFLEXÃO DO 3º SEMESTRE - PEAD/UFRGS

Este semestre foi particularmente divertido e prazeroso, pois as interdisciplinas resgatarem nossa infância e nossa alegria, envolvendo o lúdico, a criatividade, a desenvoltura e a troca entre as pessoas.
Vimos à importância que as artes visuais, a música e o teatro têm na leitura do mundo, na comunicação entre as pessoas. Revisitamos nosso folclore e as possibilidades de trabalho que ele nos possibilita, resgatando brincadeiras, jogos e músicas que muitas vezes deixamos de lado nas escolas em nome da atualização e da tecnologia, esquecendo que nada substitui o contato humano, a possibilidade de imaginar e criar. Utilizamos materiais que facilmente estão ao nosso alcance, como as sucatas, aprendemos a colocar leveza e alegria nas nossas aulas.
Revisitamos também a literatura infantil e sua importância na alfabetização e letramento dos nossos alunos, assim como no desenvolvimento da criatividade e desenvoltura. Tivemos que preparar e apresentar uma hora do conto para nossas colegas e professoras e vimos como ainda ficamos nervosas com a exposição pública. Assim também, meus alunos apresentaram e preparam horas do conto baseados nas lendas brasileiras.
Acredito que todas estas aprendizagens me levaram a refletir sobre minhas práticas pedagógicas, a necessidade do brincar, do cantar, do se relacionar com o outro e do criar novas alternativas de trabalho que levem os alunos a adquirirem o gosto pela leitura e literatura. Pessoalmente, aumentou minha certeza da importância de todos estes saberes para as crianças, mas principalmente para que nós, adultos, não percamos a criança dentro de nós. Como avó que agora já sou, procuro incentivar minha neta a cantar, dramatizar, criar, sempre criando situações que desafiem sua inteligência e capacidade de raciocínio e de desenvoltura, pensando sempre nas aprendizagens que fiz.


REFLEXÃO DO 2º SEMESTRE - PEAD/UFRGS

Neste semestre podemos constatar a interdisciplinaridade dos conteúdos trabalhados que nos levaram a refletir sobre a criação da própria escola, a necessidade de um espaço destinado à educação, a longa e penosa caminha da educação no nosso país, que ainda não tem os níveis ideais de desenvolvimento. Da mesma forma, nos levou a refletir sobre o desenvolvimento psicológico dos seres humanos, constatar que razão e emoção não são partes diferenciadas, fazem parte de um todo e refletir sobre o paradoxo dos nossos dias com a inversão de papeis entre pais e filhos.
Concomitantemente, aprendemos as teorias do desenvolvimento da inteligência, assim como das habilidades de alfabetização e letramento e que nada mais somos do que seres que procuram compreender o mundo que nos cerca, tratando resolver os questionamentos que este nos provoca.Refletimos sobre as oportunidades que propiciamos aos nossos alunos na escola, o quanto desenvolvemos a curiosidade, a leitura e escrita.
Pudemos analisar nossa caminhada como educadoras e como alunas do PEAD, o quanto nosso equilíbrio cognitivo aumentava na medida em que fomos impulsionadas a querermos saber mais, a trocar nossas experiências com nossas colegas e situar estas experiências dentro dos conhecimentos que recebemos no curso. Também constatamos que em nós ocorreu uma acomodação, pois desde o início do curso fazemos um enorme esforço transformador de nós mesmos, revendo nossos conceitos e nossa prática docente, enriquecendo progressivamente nossa vida pessoal, nossa ação pedagógica e nosso relacionamento com o grupo docente e discente da nossa escola, a partir do embasamento teórico que recebemos. Todos estes conhecimentos e experiências impulsionaram nossa mente a aprender, questionar, abstrair e construir novos conhecimentos, o que também auxilia, e muito, nossa saúde mental e nossa vitalidade.

domingo, 12 de setembro de 2010


Reflexões do 1º Semestre do PEAD – 2006/2

Ao iniciarmos o curso de Pedagogia na UFRGS, modalidade à distância, meus conhecimentos sobre informática eram praticamente nulos. Minha habilidade digital se limitava a ligar e desligar o computador e digitar meu planejamento escolar. Meu e-mail, criado por meus filhos, vivia expirando por falta de acesso, pois eu não sabia entrar sozinha na internet. Neste contexto, começar um curso à distância aos 44 anos de idade era muito mais que um desafio, era encarar uma nova etapa na vida, com muitos obstáculos, mas principalmente muita aprendizagem.
No primeiro semestre do curso tudo era novidade e dificuldade, então tivemos logo nas primeiras aulas, que criar um e-mail para nos comunicarmos e um blog (que eu nem sabia que existia) para postar nossas aprendizagens. Hoje revisando meu caderno do 1º semestre tive que rir com minhas observações de como entrar nos ambientes e trabalhar no computador. Neste caderno há uma observação bem grande: "ESTOU NO PORTAL DO ALUNO, TROQUEI MINHA SENHA” (29/08/06), como uma grande conquista.
Logo começaram os desafios virtuais, tanto na disciplina do Seminário Integrador, como nas TICs, como na disciplina Escola, Cultura e Sociedade e na disciplina Escola, Currículo e PPP: postar trabalhos no ROODA, nos blogs, comentar trabalhos de colegas, criar uma página no wiki sobre nossa escola, participar de fórum, de bate-papo, comentar blogs de outros pólos, participar de trilhas, produzir imagens, fazer Power Point para apresentação, aprender a apresentá-lo e tantas outras atividades que foram aos poucos nos inserindo neste mundo da informática e das tecnologias na educação. Comprei um pen drive, que também não conhecia e ganhei uma máquina fotógráfica digitalizada para poder aprimorar meu trabalho, tudo uma novidade imensa, mexer com tantas coisas novas ao mesmo tempo!
Considero que esta foi a maior das aprendizagens do primeiro semestre, a inclusão digital que aprimorou minha vida de estudante, mas que também melhorou muito a qualidade do meu trabalho como professora e me fez crescer no plano pessoal, pois incentivou e alargou minhas relações pessoais. Sem dúvida, foi um grande passo para conseguir a rápida evolução globalizada em que a sociedade se encontra, e que ainda estou construindo.
Além disso, refletimos muito sobre nossa escola, nossa condição como professoras, a escola que queremos e as condições que devemos dar aos alunos para questionarem e transformarem sua realidade. Acredito que todos estes estudos começaram a grande mudança na nossa maneira de pensar e no nosso fazer pedagógico. Olhando para trás, vejo que aprimorei muitas certezas de minha prática pedagógica, mas também construí muitas certezas novas ao longo destes quatro anos de curso.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Bons Amigos
Machado de Assis

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros de real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho.
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Um grande abraço a todos os meus amigos e amigas, que me dão força e me aceitam com minhas qualidades e defeitos!!
Feliz Dia do Amigo a todos!!

domingo, 4 de julho de 2010

A Apropriação de Textos Lidos

Acredito que é necessário proporcionar aos alunos o contato com diferentes formas de textos, assim como de diferentes formas de interpretação, para que consiga despertar o gosto pela leitura, a atenção no sentido do que lê e a capacidade de interpretar e de escrever seus próprios textos.
Baseada nestas prerrogativas e aproveitando que nossa escola compra o livrinho Ler é Saber com um exemplar para cada aluno resolvi utilizar o livrinho Ler é Saber/2010, nº 1, ano VII – CULTURA AFRICANA, do Projeto LER É SABER do Grupo Editorial Sinos/FEEVALE/FACCAT. Ele faz a introdução falando sobre a copa e em conhecer um pouco da cultura africana.
Dividi a turma em cinco grupos, dei um texto para cada grupo com a incumbência de fazerem uma hora do conto com cada texto. Poderiam usar a técnica que desejassem: teatro, varal didático, fantoches, marionetes. Dei quatro dias de prazo para organizarem e treinarem sua apresentação da hora do conto. O resultado ficou bem interessante, não foi uma tarefa cansativa como simples leitura e todos os alunos tomaram conhecimento de todas as histórias.
Como aprendemos na disciplina de Linguagem e Educação: "São as diferentes formas de oralidade, leitura e escrita que se agregam ou substituem as anteriores, possibilitando outras aprendizagens, outros tipos de produção e recepção de conhecimentos; entretanto não cremos que os textos de papel e as conversas presenciais irão desaparecer..." (ZEN, TRINDADE,2002)
Cabe a nós, professoras, possibilitar ao aluno a intimidade com as diferentes formas de leitura, escrita e oralidade, desenvolvendo sua capacidade de comunicação e seu gosto pela leitura.
Abaixo coloco fotos das horas do conto dos alunos:


quinta-feira, 24 de junho de 2010



Liberdade Responsável




Desde 2008, quando estudamos a Escola da Ponte na Disciplina de Estudos Sociais, não adoto mais o ajudante da semana e sim o Quadro de Responsabilidades. Consiste num quadro onde estão elencadas várias responsabilidades como contato com a secretaria e representação da turma (esta responsabilidade não muda pois é convenção da escola que seja atribuição dos monitores), material de Educação Física, limpeza do quadro e organização da sala, distribuição de material, armário de jogos e livrinhos, organização da fila, refeitório, livros da biblioteca e murais.
Cada responsabilidade é destinada a dois ou três colegas que as escolhem por livre e expontânea vontade e devem exercê-la durante um mês, aproximadamente.
No final do mês vigente fazemos uma Assembléia de Alunos, presidida pelos monitores. Eles falam no microfone o que deu certo e o que precisa melhorar na sala de aula e nas suas atribuições. Depois eles chamam os colegas de uma por uma das responsabilidades, que falam no microfone como foi sua atuação na responsabilidade do mês, se os colegas cooperaram ou não e o que precisa melhorar. A seguir o monitor pergunta no microfone quem quer ser daquela responsabilidade e são escolhidos os que primeiro levantaram a mão, não podendo repetir consecutivamente a mesma responsabilidade. O vice monitor anota numa fichinha o nome dos novos responsáveis e coloca no Quadro de Responsabilidades, sendo que cada deve procurar desempenhar o melhor possível sua função para que nossa aula tanscorra com organização e responsabilidade.
Desta forma, procuro despertar nos alunos a liberdade responsável, o respeito às regras e ao combinado como forma de construirmos uma democracia onde cada um faça a sua parte.
Nesta maneira de organizar nosso dia a dia busco fundamentação em Adorno que nos diz que o sentido da educação é levar a uma auto reflexão crítica, para que os educandos aprendam a pensar por conta própria e não se deixem manipular, construindo uma liberdade responsável.. Estas tarefas têm por maior objetivo fazer com que os alunos pensem, reflitam sobre possibilidades, assumam posturas.
Continuando minha reflexão também busco suporte em Paulo Freire que diz “De nada serve, a não ser para irritar o educando e desmoralizar o discurso hipócrita do educador, falar em democracia e liberdade mas impor ao educando a vontade arrogante do mestre.” (FREIRE, 2002, p.69). Sendo assim, procuro fazer com que meus alunos já experimentem em sala de aula o sentido da democracia fazendo suas próprias escolhas, desenvolvendo o senso crítico e a cidadania através da prática diária, do respeito à opinião e à construção do outro. Não é uma tarefa fácil nem automática, precisa de muita prática e reforço em sala de aula, assim como na vida.
Abaixo coloco imagens da nossa última assembléia de alunos:



domingo, 20 de junho de 2010

A apropriação da Palavra

Esta atividade começou com a interpretação de um jogo de louças de um encarte de supermercado, suas características linguísticas e propriedades indispensáveis deste tipo de texto, condições de pagamento e vantagens da compra. O objetivo é que os alunos se apropriem de diversos tipos de texto e que percebam que até num encarte de supermercado há pequenos textos que precisam ser reconhecidos com suas características próprias e interpretados pelos possíveis compradores. Como dizia Paulo Freire, é preciso que possibilitemos aos nossos alunos lerem o mundo que os cerca, para depois apropriarem-se da palavra. A partir disto propus que cada aluno criasse um produto que ainda não existe e fizesse um anúncio do produto com as características próprias.
Começamos a segunda-feira com cada aluno apresentando o produto que criou e seu anúncio. Criaram coisas interessantes e divertidas como cremes milagrosos, carros voadores, um sapato de nenê com asas, eletrodomésticos que fazem tudo, e até uma máquina do tempo. Os anúncios estavam razoáveis, poucos com todos os itens que eu pedi, mas o importante, em minha opinião, é que os alunos possam se apropriar deste tipo de texto, seu contexto e suas características. Foi bastante interessante vê-los exercitar a criatividade e imaginação junto com a produção textual.
Depois fizemos uma exposição no pátio da escola, para as outras turmas verem o trabalho. Fiz uma auto avaliação com eles depois que fizeram a exposição, eles disseram:
- Foi muito interessante esta atividade porque cada um achou seu jeito de construir o produto.
- Foi importante porque tivemos que usar a imaginação e criatividade na criação do produto e do anúncio.
- Foi legal porque foi como trabalhar numa loja por um dia.
- É muito legal podermos mostrar aos outros o que fazemos e aprendemos.
Refletindo sobre estas atividades e confrontando-as com as teorias busco subsídios em Comênio que diz que o aluno deve aprender a partir de suas próprias experiências, experimentando na prática o objeto de estudo. Nestas atividades, o aluno não só aprende a construção textual, a leitura, mas pratica em algo real, do seu dia a dia. Assim também Kant nos diz que não adianta só transmitir conhecimentos, mas antes de tudo ensinar as crianças a pensarem. Estas tarefas têm por maior objetivo fazer com que os alunos pensem, reflitam sobre possibilidades, assumam posturas, tenham que planejar, criar, executar. Não é uma mera transmissão de conhecimentos, mas uma tentativa de construirmos saberes juntos.
Abaixo coloco imagens da aividade:
a) o anúncio estudado:


b)algumas apresentações das criações dos alunos:
G. criou um sapato de bebê com asas para facilitar a locomoção dos mesmos:G. criou uma máquina de viajar no tempo: B. criou um creme ante bixo de pé:


c)a exposição no pátio da escola:

domingo, 13 de junho de 2010

Lendo nossa realidade

Esta foi uma semana de culminância das atividades sobre o meio ambiente, mesmo que as retomo contantemente, pois tivemos realmente aulas bem práticas sobre o assunto.
Na terça-feira fomo visitar a exposição “Redescobrindo o Rio dos Sinos” do Instituto Martin Pescador na empresa TFL, que é uma empresa próxima à escola que fabrica produtos para tratamento de couro. Esta exposição lembrava o desastre ambiental de 2006 quando milhares de peixes morreram no Rio dos Sinos e também dava dicas para as crianças começarem no dia a dia a preservar a natureza. Ganhamos lanche de suco e bolachinhas e voltamos para a escola. Discutimos o que tínhamos visto e lemos rapidamente o livrinho que ganharam na exposição e sugeri que cada um fizesse uma colagem sobre o rio, a partir de figuras de revistas que eu forneci. Fizemos um painel no mural do corredor.
Na quarta-feira fomos até a Associação de Moradores da Vila Paim para participar da Caravana Ambiental promovida pela Secretaria do Meio Ambiente de São Leopoldo. Lá assistiram uma palestra com vídeo sobre os arroios de São Leopoldo, com destaque ao Arroio João Correia que passa pelo nosso bairro, mas a maioria da população não sabe que é um arroio, visto que ele é chamado de valão, pois chega ao nosso bairro com as águas pretas da poluição causada pelos esgotos. Dentro da programação, fomos de ônibus até a nascente deste arroio, num bairro que fica no outro extremo da cidade. As crianças puderam constatar que lá a água é límpida, cristalina, que a população até fez uma bica para pegar água. Constataram também que ao redor deste bica já há lixo deixado pelas pessoas. Depois o ônibus seguiu para a foz deste arroio, junto ao Rio dos Sinos, já no nosso bairro. Vimos aí o grande índice de poluição, com a água preta, muito lixo nas margens e até boiando na água. Podemos constatar que apesar desta situação degradante a vida ainda resiste, há animais como tartarugas e pássaros que vivem no local, assim como águas- pés e outras vegetações. Os alunos fizeram claramente uma comparação entre as duas situações, vendo a importância da preservação ambiental. De volta à Associação os alunos ganharam lanche e voltamos para a escola, pois já estava no final da manhã e a caminhada é de, no mínimo, quinze minutos.
A diretora tinha encomendado aos alunos que prestassem muita atenção pois teriam que transmitir os conhecimentos adquiridos nas duas visitas da semana às outras turmas, então organizamos um trabalho em grupos para retratarem o que viram e aprendereram. Depois do trabalho pronto apresentaram para os colegas da sala sua produção e depois determinei que cada grupo iria para outra sala de aula para transmitir os conhecimentos que construíram a partir das visitas realizadas. Após as apresentações a diretora foi à nossa sala elogiar os alunos que cumpriram sua tarefa com organização e respeito, ensinando aos menores a importância de cuidarmos do meio ambiente.
Fizemos uma avaliação com os alunos sobre estas atividades que disseram:
- Achamos interessante a maquete sobre o barco Martin Pescador porque
conhecemos mais sobre ele.
- O interessante na TFL é que não se preocuparam em mostrar só a empresa, mas
a situação do nosso rio.
- Gostamos de conhecer a nascente limpa e a foz poluída do arroio pela diferença
que elas representam.
- Aprendemos mais sobre o meio ambiente e podemos ver que mesmo com a
poluição a vida resiste.
- Alguns consideraram a apresentação difícil porque ao errarem palavras os
pequenos riram.
- Acharam bom poder transmitir aos outros algo que aprenderam.
- Recinheceram que as crianças menores prestam mais atenção.
Expliquei a eles que os maiores já se comparam muito com eles, por isto os
risos, mas que faz parte do trabalho e que para os menores é muito interessante ver os maiores falarem sobre o rio e o valão, tão presentes na nossa comunidade.
Refletindo sobre estas práticas busco embasamento em Kant que diz “A espécie
humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com suas próprias forças, todas as qualidades naturais que pertencem à humanidade. (KANT, tradução de Francisco C. Fontanella, UNIMEP, 2002). Precisamos despertar nos nossos alunos o sentimento de amor à criação, de pertencimento ao ecossistema e da responsabilidade de preservação, adormecidos em grande parte da população. É papel da escola resgatar conceitos e práticas esquecidas, orientar para a cidadania consciente, levando à reflexão sobre as práticas atuais à necessidade de cada um fazer a sua parte. A humanidade, na ânsia pelo ter esquecesse-se de seu destino maior que é o ser. Cabe a escola apontar caminhos para uma retomada de consciência.
Assim também busco orientação em Paulo Freire que diz que é preciso ler o mundo para depois ler as palavras. É necessário transformar nossas aulas, na medida do possível, tornando-as atrativas, coerentes e práticas para que os alunos aprendam a ler e refletir sobre a nossa realidade e seu papel como cidadãos. Desta forma, as aprendizagens terão mais significado, transformando os conhecimentos que eles já têm e melhorando sua prática diária. Penso que isto é dar sentido ao que trabalhamos na escola.
Abaixo colocarei fotos destas atividades:
a) Visita à exposição "REDESCOBRINDO O RIO DOS SINOS" e painel dos trabalhos:

b) Participação da Caravana Ambiental e painel dos trabalhos que apresentaram nas turmas:

domingo, 6 de junho de 2010

Precisamos formar cidadãos conscientes
Durante todo ano procuro trabalhar a questão ambiental, a responsabilidade social de cada em preservar nosso planeta. Esta semana, especialmente, realizamos muitas atividades sobre o tema, por ser a semana do meio ambiente.
Ainda na segunda-feira instituímos a Patrulha Ambiental, que são dois alunos por dia para orientarem os alunos durante o recreio para não sujarem a escola e colocarem o lixo no lixo. Ficaram muito empolgados pelo fato de poderem colocar em prática o que discutimos e trabalhamos. Continuamos esta tarefa enquanto os alunos mostrarem interesse.
Na terça-feira discutimos sobre a quantidade de água no planeta e no nosso corpo que em proporção são aproximadas. Fizemos um painel com o desenho do contorno do corpo de um colega segurando o planeta, escrevemos mensagens sobre a necessidade de poupar água e preservar os recursos naturais.
Na quarta-feira olhamos o filme sobre mudanças climáticas, discutimos muito sobre a ação humana no meio ambiente e o que cada um pode fazer no seu dia a dia para preservar o planeta. Fizemos a Vigília Ecológica na frente do mercado do bairro, estavam muito empolgados em poder alertar as pessoas sobre os cuidados com o meio ambiente e oferecer-lhes uma plantinha.
Pensando nestas atividades vem-me a mente as afirmações de Comênio que diz que os alunos devem aprender por sua própria experiência e de suas próprias observações e que a verdade é mostrada com exemplos. Espero sinceramente que através das vivências desta semana meus alunos aprendam realmente a respeitar e preservar o meio ambiente através da prática, do exemplo, da conscientização.
Assim também Kant nos fala da educação prática “A educação prática ou moral (chama-se prático tudo o que se refere à liberdade) é aquela que diz respeito à construção (cultura) do homem, para que possa viver como um ser livre.” (KANT. Tradução de Francisco C. Fontanella, 2002). Julgo ser importante conhecer, vivenciar e analisar as situações do dia a dia para poder dar maior significado às aprendizagens. É dever de a escola formar cidadãos críticos e responsáveis, capazes de ações que possam melhorar a realidade. Construir uma liberdade responsável, com respeito à vida e às diferenças precisa de ação, de reflexão e de conhecimento, e tudo isto também é função da escola proporcionar.
Abaixo colocarei fotos destas atividades:
a) Patrulha ecológica:
b) Painel sobre preservação ambiental:
c) Vigília Ambiental:


domingo, 30 de maio de 2010

Toda visão de mundo é legítima
Esta semana tivemos o Dia do Desafio, quando nossa escola procurou oferecer atividades que incentivassem o movimento, dentro do que as crianças gostam. Fizemos alongamento no pátio, demos uma volta em torno do condomínio que fica na frente da escola. Na volta os alunos participaram de um recreio especial, com oficinas de chute a gol, túnel, tatame para virar cambotas, bola ao cesto, jogo das argolas, jogo de memória, tabline com desenhos de borrachinhas e brincadeira com lego gigante.
Meus alunos, por serem os maiores da escola, foram escolhidos para organizar e dirigir as brincadeiras e depois para arrumar tudo no lugar. Foram muito elogiados pela direção da escola por sua autonomia, destreza e disciplina, o que me deixou muito feliz por saber que meu trabalho em querer fazê-los seres pensantes, reflexivos e autônomos está começando a dar frutos numa turma muito difícil, apesar de ouvir de colegas que não adianta insistir com eles, que não dá em nada.
Estes fatos me levaram a refletir sobre as palavras de Comênio que diz que a educação deve ser igual para todos, levando em consideração o aluno e suas necessidades, respeitando suas capacidades e necessidades. À luz destas palavras e de outras igualmente importantes é que procuro não desistir de acreditar nos meus alunos e no meu trabalho, procurando sempre diversificar e aprimorar as atividades propostas. Desistir de alguém não pode fazer parte do trabalho de um verdadeiro educador.
Assim também reflito sobre o que disse Marta Khol de Oliveira “...todo conhecimento é igualmente valioso, toda visão de mundo é legítima, todo conteúdo é importante.” Nesta perspectiva, educar é respeitar a bagagem cultural, a leitura da realidade que as crianças já trazem sem descuidar dos conhecimentos que a escola se propõe a transmitir, ajudando o aluno a construir uma nova visão de mundo.
A seguir colocarei fotos dos meus alunos no dia do desafio:






domingo, 23 de maio de 2010

GRUPOS SOCIAIS

Segundo o que estudamos na disciplina de Estudos Sociais, os seres humanos carregam consigo a herança cultural do seu grupo de origem desde os primórdios da nossa civilização. Assim também, a consciência de pertencer a um grupo e de individualizar-se através do grupo é uma característica essencialmente humana. Um grupo social se forma quando há interesses e objetivos comuns entre seus membros, ou então quando estes membros exercem a mesma atividade. O primeiro grupo social a que todos pertencemos é a família.
Com o objetivo de valorizar e resgatar o reconhecimento da origem de cada aluno e aproveitando que estamos estudando a formação do povo do RS, fizemos atividades de reconhecimento de nossas origens. Semana passada, na sexta-feira, dei a seguinte tarefa para meus alunos:
a) pesquisar sua origem materna e paterna;
b) coletar figuras de acordo com sua origem;
c) arrecadar pertences familiares com valor afetivo ou histórico para terça-feira;
Na segunda-feira escrevemos no quadro todas as etnias das quais os alunos se originam, distribuindo os alunos em cada grupo, de acordo com sua origem. Em papel pardo fizemos o contorno do colega Willian e propus que fizessem um mosaico dentro da figura humana com as figuras coletadas. Fizemos “ilhas” ao redor da figura com os nomes de todas as etnias presentes na turma. Cada aluno escreveu seu nome em todos os grupos étnicos do qual fazem parte. Expusemos o mosaico no mural com o título “FAZEMOS PARTE DE UMA HISTÓRIA.”, já preparando a exposição de terça-feira. Na terça-feira cada aluno apresentou seus pertences familiares tentando contar alguma coisa sobre eles. Eu também apresentei pertences familiares. Retomamos a divisão dos grupos de ontem de acordo com a origem étnica de cada um, sendo que cada aluno só poderia pertencer a um grupo, mesmo que tenha várias origens. Cada grupo recebeu livros já descartados pela escola para pesquisar e cortar figuras. Deveriam elaborar um cartaz com o nome da etnia, características, de onde vieram, contribuições para nossa cultura. Depois colocaram a seguinte legenda: São de origem............................... os alunos................................. Cada componente do grupo colocou seu nome. Quando todos os cartazes estavam prontos fizemos um rodízio na sala para que cada aluno colocasse seu nome nas outras etnias as quais pertence. A seguir cada grupo apresentou seu cartaz para a turma. Fizemos uma exposição no pátio com os cartazes, o mosaico e os pertences familiares durante o recreio com o título “TURMA 41 ESTUDA SUA ORIGEM ÉTNICA E HISTÓRICA” . Na hora da merenda alguns alunos passaram nas turmas convidando os outros alunos para verem a exposição, que foi um sucesso, acredito que principalmente por desenvolver um assunto que interessa e diz respeito a todos, que é suas origens, seu pertencimento histórico.
Na nossa escola temos pensado muito na proposta de educação com ênfase em competências e habilidades como forma de enriquecer nossa prática pedagógica. É uma educação dinâmica, capaz de transformar a sala de aula em espaço privilegiado de aprendizagens enriquecedoras, permitindo que o aluno participe ativamente da construção de seu conhecimento. (MEIREU, 1996). Acredito que esta atividade é um exemplo desta dinâmica. Abaixo coloquei fotos deste trabalho que levou dois dias, mas que valeu apena pelo resgate histórico e construção da auto-estima de cada um:









domingo, 16 de maio de 2010

A necessidade de reflexão da realidade

Esta semana aproveitamos o dia da abolição da escravatura para refletir sobre a formação do povo brasileiro, principalmente o riograndense que é nosso foco de estudo. Debatemos a forma como os diversos povos vieram para cá, a diferença entre vir por escolha própria e vir à força, a maneira como os povos foram aqui tratados. Conversamos muito sobre a atual situação do nosso povo, o preconceito em todas as suas formas, principalmente o racial, assim como trabalhamos sobre bullying e sobre as formas de construirmos um mundo com mais paz e solidariedade.
Analisando estes fatos segundo minhas aprendizagens na disciplina de Psicologia percebo que alguns de meus alunos ainda estão construindo as noções de justiça, solidariedade e responsabilidade, tendo certa dificuldade de se relacionar de acordo com o ponto de vista do outro, colocando-se sempre como sujeito principal. Alguns necessitam ainda da heteronomia, isto é, do sentimento imposto pela autoridade, pela obediência, e só refletem sobre seus atos quando questionados pela professora.
No entanto, muitos alunos da minha turma de 4ª série já atingiram uma certa autonomia, conseguindo agir através de normas, mas com consciência para avaliar o contexto que se encontra, participando cooperativamente das atividades, falando nas assembléias de alunos, respeitando as regras e sendo solidários, na medida do possível. Por isto ouso dizer que, segundo Piaget, eles estão aos poucos atingindo o interacionismo, através da experimentação ativa, que penetra no interior das coisas, descobrindo seu significado e estabelecendo relações de respeito, cooperação e afetividade.
Dentro destas atividades desenvolvidas fizemos um painel com o título “A PAZ TEM TODAS AS CORES DO MUNDO” com as mãos deles desenhadas e pintadas, depois criaram uma frase sobre igualdade:

domingo, 9 de maio de 2010

A PRODUÇÃO TEXTUAL E A COERÊNCIA DE IDÉIAS

A leitura de textos diversos proporciona ao aluno conhecer formas diferentes de escrita, aprimorando sua capacidade de comunicação e aumentando seus conhecimentos sobre nossa língua. É pensando nisto que sempre procuro diversificar os textos trabalhados, oferecendo a leitura de lendas, fábulas, notícias de jornal, narrações, diálogos, poesias e até anúncios de lojas. Acredito que aprimorar os conhecimentos sobre literatura ajuda os alunos a aumentar seu poder de comunicação, sua capacidade de argumentar e sua cultura.
Revisando os conhecimentos adquiridos na interdisciplina de Linguagem e Educação pude constatar a importância do conhecimento de diferentes formas de escrita para que a criança aprenda a construir textos com coerência ou até reescrever textos oferecidos, como vimos no texto COESÃO E COERÊNCIA EM TEXTOS ESCRITOS INICIAIS: ALGUMAS REFLEXÕES: “O conhecimento progressivo de textos escritos que utilizam vários tipos de mecanismos de coesão, além da reescrita e da exploração de suas potencialidades, é que possibilitará ao aluno seu aperfeiçoamento neste sentido.” (VIDAL; SILVEIRA, 2005).
Dentro deste contexto trabalhamos esta semana o livro “Se as coisas fossem mães”, de Sylvia Orthof, que eles já conheciam. Contei a história, depois eles contaram com suas palavras e fizemos um pequeno debate sobre o assunto, sobre os diferentes tipos de mães e os pais que fazem este papel. Depois pedi a eles que fizessem uma história em quadrinhos sobre a história e acrescentassem um quadrinho falando de sua mãe ou escrevendo uma mensagem para ela. Colocamos os trabalhos no mural da escola:







sábado, 1 de maio de 2010

CIDADANIA CONSCIENTE

Esta semana trabalhamos muito sobre o Dia do trabalho, a função do trabalho na nossa vida e como recurso para construirmos um mundo mais justo. Refletimos sobre o valor do salário mínimo, calculamos os gastos aproximados de uma família de quatro pessoas e constatamos que falta muito para que os trabalhadores recebam o que é justo. Fizemos leituras sobre a organização sindical e a função dos sindicatos. Falamos também da realização pessoal, das diversas vocações que tornam o mundo do trabalho tão diversificado. Numa área da cidade onde o tráfico de crack é tão intenso julgo importantíssimo debatermos o trabalho honesto.
Dentro destes estudos pude retomar minhas aprendizagens com o texto de Theodor Adorno "EDUCAÇÃO APÓS AUSCHIWITZ", que diz que devemos educar desde a primeira infância, tornando nossas crianças pessoas mais autônomas, capazes de adotarem uma postura mais crítica e questionarem o motivo das coisas, a aprenderem a usar uma liberdade responsável para evitarmos a volta da barbárie.
Nós, como educadores, temos a importante tarefa de socializar nossas crianças, tornando-as seres participativos e colaborativos, capazes de terem respeito pelas diferenças individuais, sociais e culturais. Sempre considerei esta nossa maior missão e o texto de Adorno me ajudou muito a embasar teoricamente esta minha certeza.
Abaixo coloco a foto do painel que fizemos para o mural da escola sobre o trabalho. A partir de uma figura de um trabalhador partida no meio os alunos deveriam reproduzir a parte cortada com seu desenho. Depois formaram frases sobre a importância do trabalho.






sábado, 24 de abril de 2010

TEMPO E ESPAÇO

Trabalhando com 4ª série considero importante os estudos sobre nosso pertencimento histórico, situar o aluno no tempo e no espaço em que se encontra e que aconteceram os fatos importantes para a história do nosso estado e a formação do nosso povo.
É preciso fazer com que o aluno “mergulhe” na história estudada, encontre evidências que o ajude a entender os fatos acontecidos e sua influência na história contemporânea.
Segundo Maria Aparecida Bergamashi, no seu texto “DA AÇÃO À INTENÇÃO EM ESTUDOS SOCIAIS” “Ter claro onde se quer chegar, que recorte deve ser feito para escolher temáticas e que atividades deverão ser implementadas, considerando os interesses do grupo como um todo.” Partindo destes conceitos e levando em consideração que meu programa contempla a História e Geografia do Rio Grande do Sul, penso que nada melhor do que começar pela própria história do aluno, faze-lo montar a linha do tempo da sua vida e identificar suas raízes, o pertencimento histórico de sua família e o espaço que a mesma tem ocupado ao longo dos anos. Concomitante com estes estudos reconhecemos os povos que formaram nosso estado, causas, conseqüências e circunstâncias de sua vinda para cá, sua influência na nossa história e na nossa cultura atual e como estão atualmente os descendentes destes povos. É necessário que o aluno identifique e valorize aí sua origem e se sinta parte desta história.
Dentro desta perspectiva é que levamos nossos alunos de 4ª série para visitar o Museu do Índio da UNISINOS, como forma de embasar os estudos feitos na aula sobre os povos indígenas que habitavam nosso estado quando os europeus chegaram aqui. Percebi que a partir destes estudos muitos alunos passaram a valorizar a cultura indígena e reconhecer sua origem nestes povos.
A seguir apresento fotos de nossa ida ao museu, no dia 19 de abril, primeiro foto da parte do museu que fala dos índios, depois da parte que fala das missões:






























Abaixo seguem fotos do trabalho em grupo que fizeram sobre a visita ao museu e da exposição para a escola dos trabalhos dos grupos e dos materiais de barro que construíram:











domingo, 18 de abril de 2010

Realismo do Ensino

Aprendi estudando a CARTA MAGNA de Comênico como é importante que o aluno experimente, vivencie, começando sua aprendizagem pelos sentidos, a partir de suas próprias observações. Etes estudos de Comênio encontram-se com os estudos sobre a pedagogia de Paulo Freire que diz que é preciso primeiro ler o mundo para depois ler a palavra. Sem dúvida, estas aprendizagens nos levam a uma prática pedagógica mais elaborada, mais criativa, procurando sempre a prática aliada com a teoria.
Não é fácil praticar isto diariamente na escola, tão preocupada com as avaliações externas, com cumprimento de conteúdos mínimos e índices de pesquisas, mas sempre que posso procuro fazer com que os alunos vivenciem de uma maneira mais prática o que estão aprendendo.
Abaixo coloco algumas situações em que procuro fazer da prática uma constante, sempre que possível, nas minhas aulas:
a) Estudando os primeiros habitantes do RS, os povos indígenas, fizemos um jogo para fixar o conteúdo. Uma caixinha com perguntas que ia passando com o tocar de uma música. Ao parar a música, o aluno que estava com a caixinha deveria tirar uma pergunta e respondê-la.











b) Trabalhando sobre a cultura indígena confeccionamos artefatos de barro para experimentar como os índios faziam seus utencílios:


















domingo, 11 de abril de 2010



REFLEXÃO - AÇÃO

Refletindo sobre a minha prática considero de extrema importância que o aluno possa vivenciar o que está construindo. Pensando nisso, todo início de ano, quando os alunos chegam à 4ª série e se deparam com a disciplina de História, considero importantíssimo que eles entendam que esta disciplina conta com os fatos a partir da contagem dos anos. Neste sentido busco orientação nas idéias de Paulo Freire, na sua Pedagogia do Oprimido, quando ele diz que não há palavra verdadeira sem práxis, levando a uma ação e reflexão. Esta aprendizagem me foi muito significativa para embasar meu trabalho no sentido de procurar fazer com que meus alunos experimentem os conceitos estudados.
Dentro deste contexto é que no início dos estudos de História exploramos várias linhas do tempo, vendo as peculiaridades de cada uma. Depois cada aluno deve fazer a linha do Tempo da sua Vida, anexando figuras e lembranças que tornem esta linha mais significativa e concreta para cada um.
Abaixo anexo fotos das linhas do tempo de meus alunos:







segunda-feira, 5 de abril de 2010

TEMAS GERADORES
Minha escola trabalha com temas geradores que organizam e norteiam o trabalho em todas as séries, permitindo uma continuidade e uniformidade no trabalho diário.
O trabalho com temas geradores é norteado por muito diálogo e debate, proporcionando momentos de confronto e posicionamento, possibilitando ao aluno aprender a questionar a realidade e a aceitar opiniões contrárias a sua, reconhecendo que todos devem ter oportunidades iguais de se expressar e aprender. Isto lhe permite fazer uma reflexão efetiva de seu papel enquanto cidadão consciente e responsável, ficando ciente que precisa lutar por seus direitos, mas que também tem deveres a cumprir. Também propicia ao professor organização e direcionamento de seu planejamento e direcionamento de todo trabalho da escola.
Como estudamos em Paulo Freire na disciplina de Didática, Currículo e Avaliação este é um trabalho onde a razão e a emoção devem andar lado a lado, permeando o trabalho com muito amor ao próximo, dedicação, humildade para reconhecer que o professor não é o dono da verdade e que às vezes os alunos constroem caminhos que não foi o que planejamos. É preciso também muita esperança, principalmente a de que conseguiremos transformar esta realidade tão desigual e injusta através do nosso trabalho, ajudando os educandos a refletirem sobre a realidade e encontrarem meios de mudá-la.
Trabalhando o tema gerador Páscoa podemos realizar diversos trabalhos, possibilitando uma prática interdisciplinar, com grande motivação dos alunos.
Abaixo segue foto do painel sobre Símbolos Pascais de Ensino Religioso e Artes. Estudamos os Símbolos Pascais, discutimos e vimos exemplos de mosaicos e depois cada criança escolheu um símbolo fazendo um mosaico do mesmo, com frases explicativas sobre seu significado:
A seguir segue foto da Celebração de Páscoa, quando meus alunos apresentaram a Oração do Século XXI, de Atílio Hartmann:
Para fechar a unidade Páscoa o grupo de teatro Geração Bugiganga, do nosso colega Marcelo, apresentou uma peça teatral e depois os alunos ganharam lanche especial: