segunda-feira, 27 de abril de 2009


Estágios do Desenvolvimento:

1º Estágio: Sensório – Motor:
do nascimento até aproximadamente dois anos, com o aparecimento da linguagem. Marcado por extraordinário desenvolvimento mental, é decisivo para a função psíquica, pois representa a conquista de todo o universo prático que cerca a criança, através da percepção e dos movimentos. Destacam-se três períodos neste estágio: o dos reflexos, o da organização das ações e hábitos e o da inteligência sensório-motora propriamente dita.
A consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral, onde os pensamentos são marcados pela intuição, até que os progressos da inteligência sensório-motora levem à construção de um universo objetivo, onde o próprio corpo aparece como elemento entre outros, e ao qual se opõe a vida interior, localizada dentro do corpo.

2º Estágio: Pré-Operatório: do aparecimento da linguagem até aproximadamente sete anos, surgimento da função simbólica e intuitiva, com representações da realidade.
Graças à linguagem, a criança é capaz de reconstruir suas ações passadas em forma de narrativa e de antecipar suas ações futuras pela representação verbal. É o início da socialização da ação, a aparição do pensamento propriamente dito e a interiorização da ação como tal, podendo reconstituir a ação no plano intuitivo das imagens e das experiências verbais.
Até aproximadamente sete anos a criança permanece pré-lógica e suplementa a lógica pelo mecanismo da intuição, é uma simples interiorização das percepções e dos movimentos sob forma de imagens representativas e de “experiências mentais” que prolongam, assim, os esquemas senso-motores sem coordenação propriamente racional.

3º Estágio: Operatório- Concreto: aproximadamente dos sete aos doze anos, marca uma modificação decisiva no desenvolvimento mental. Observa-se o aparecimento de formas de organização novas, que completam as construções esboçadas no decorrer do período precedente, assegurando-lhes um equilíbrio mais estável e que inauguram uma série ininterrupta de novas construções.
Torna-se capaz de cooperar porque não confunde mais seu próprio ponto de vista com o dos outros, dissociando-os para coordená-los. A linguagem “egocêntrica” desaparece quase totalmente e os propósitos espontâneos da criança testemunham, pela própria estrutura gramatical, a necessidade de conexão entre as idéias e de justificação lógica.
A criança se torna suscetível a um começo de reflexão. Em vez de condutas impulsivas da primeira infância, acompanhada da crença imediata e do egocentrismo intelectual, a criança, a partir dos sete ou oito anos, pensa antes de agir, começando, assim, a conquista do processo de reflexão. Para a inteligência, trata-se do início da construção lógica, que constitui o sistema de relações que permite a coordenação dos pontos de vista entre si.

4º Estágio: Operatório-Formal: é a fase da adolescência, que começa aproximadamente aos 11 ou 12 anos. Estabelece relações entre as teorias, produzindo nelas transformações. As construções operatório-formais obedecem a uma teoria de relações entre si, criando um mundo de possibilidades que permitem trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo. Marca o término das operações construídas durante a segunda infância, pois é passagem do pensamento concreto para o formal, ou seja, para o hipotético-dedutivo, isto é, é capaz de deduzir conclusões de puras hipóteses e não somente através de uma observação real.
As operações formais consistem em destacar e libertar o pensamento do real, permitindo-lhe construir a seu modo as reflexões e teorias, marcando, então, a libertação do pensamento, à livre atividade de reflexão espontânea
Há um egocentrismo intelectual do adolescente, comparável tanto ao lactente, como ao da primeira infância. Manifesta-se pela crença da onipotência da reflexão, onde o eu é forte o bastante para reconstruir o Universo e suficientemente grande para incorporá-lo. O equilíbrio é atingido quando a reflexão compreende que sua função não é contradizer, mas se adiantar e interpretar a experiência, ultrapassando o equilíbrio do pensamento concreto, pois além do mundo real engloba as construções indefinidas da dedução racional e da vida interior.
O importante ao estudarmos estes estágios é podermos constatar em que estágios nossos alunos estão. Muitas vezes não sabemos porque uma criança não consegue aprender determinados conceitos, mas estudando estes estágios vemos que muitas vezes os alunos ainda não conseguem dominar certas noções pois ainda não atingiram a maturidade cognitiva suficiente.

REFERÊNCIAS:
MARQUES, Tânia B. I, Epistemologia Genética e Construção do Conhecimento

PIAGET, Jean. O Desenvolvimento Mental da Criança. In: Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1986.

Um comentário:

Unknown disse...

Leila: fizeste um bom resumo, ressaltando as características significativas dos estádios de desenvolvimento. Um abraço. Profª Tania Marques