segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Dilema do Antropólogo

Acredito que a posição do antropólogo, em primeira instância, foi correta. Como estava chegando à ilha não queria interferir na cultura local e por isto omitiu um fato. Como princípio moral, resolveu não mudar o ponto de vista dos nativos e agir de acordo com seus costumes, até para não influenciar aquela cultura com seus próprios valores.
No entanto, à medida que o tempo passou e o antropólogo se familiarizou com os costumes do povo, deveria ter esclarecido os questionamentos dos nativos, orientando-os que os homens brancos são humanos como eles e poderiam se beneficiar de suas crenças.
Refletindo sobre os princípios morais é preciso pensar que não temos o direito de interferir numa cultura já estabelecida, mas a ética nos diz para não mentirmos nunca. O que fazer? Procurar agir de acordo com os princípios que nos norteiam, sem, no entanto, enganar as pessoas de maneira a prejudicá-las. É um julgamento íntimo e pessoal muito difícil, mas que precisa estar presente nas mais diversas situações da nossa vida.
Para concluir, em primeira instância penso que o antropólogo agiu certo, mas à medida que se familiarizou com aquele povo deveria ter mostrado a realidade, orientando-os que os homens brancos são homens normais, como forma de protegê-los do domínio destes mesmos homens. Se ele agiu com a ética de não interferir no primeiro momento, assim que se familiarizou com aquele povo deveria ter agido de acordo com o princípio moral de que não podemos prejudicar nossos semelhantes, ocultando fatos que possam levá-los a serem dominados e subjugados por outros.

Um comentário:

Gláucia Henge disse...

Olá Leila! Por certo uma decisão como a do antropológo não é nada fácil... o que nos leva a refletir sobre nós mesmas: quantas vezes nos deparamos com dilemas tão graves como estes em nossas salas de aula, não é mesmo? Será que estamos preparadas e cientes de nossos princípios morais?

Um abração.